segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

COMENTÁRIOS PÓS-NATAL


                26 de dezembro. Uma segunda-feira muito preguiçosa com uma chuva pouca e constante caindo lá fora. Meu natal foi bem diferente esse ano, com direito à oração acalorada, testemunho de familiares, hino da Harpa, tristeza por um amigo que sofreu uma perda em pleno 25 de dezembro e saída com amigos pra tomar um sorvete no fim do dia.
                Como é interessante ver como algumas coisas mudam na nossa vida... Às vezes ainda me parece um pouco estranho o fato de que eu já me locomovo sozinho pra muitos lugares que eu nunca estive quando eu só andava com meus pais, a quantidade de amigos que eu tenho hoje, as minhas responsabilidades com faculdade e estágio, e por aí vai. Mas tem coisas que não mudam nunca, por exemplo aquela história de reflexão no fim do ano. “Natal é um tempo pra refletir, pra permitir que seu coração se abra pro amor de Jesus, repensar as atitudes, liberar perdão etc.” Tudo bem, legal, realmente é isso aí. Mas de fato temos nos permitido fazer todas estas coisas? Desculpa, mas é que, pra mim, isso parece muito clichê, papo de fim de ano. Nada contra quem fala essas coisas ou as envia como mensagens no facebook, mas é que eu prefiro deixar as coisas acontecerem e fazer o máximo pra viver Jesus e seus princípios na minha vida (o que, de fato, é o verdadeiro sentido do natal) do que ficar discursando coisas que eu mesmo, muitas vezes, não faço.
                Clichê ou não, mais um natal passou. E muito rápido. E olha que, pelo menos pra mim, o natal já havia começado há alguns meses atrás. Em pleno agosto, eu disse A-GOS-TO, no meu caminho pra faculdade eu já via lojas no Centro do Rio completamente enfeitadas e lotadas de mercadorias pro natal. Parece loucura, né? Pra mim foi assustador. Daqui a algum tempo (e pouco tempo) eu acho que logo depois do domingo de páscoa já vai começar o natal na Leader Magazine... Confesso que desaprendi a viver sem o capitalismo, mas é que às vezes ele me assusta. Mas agora não há mais choro nem vela, o próximo natal é só ano que vem.
                Eu estou realmente com muita, muita preguiça nessa segunda-feira chuvosa de 26 de dezembro. Agora o papo é pensar no reveillon. Você sabe o que vai fazer? Se sabe, parabéns pra você, porque eu, até agora, não sei. Eu queria mesmo é ver os fogos, mas ainda não sei se vou conseguir de fato. Tem alguma ideia? Se tiver, fale comigo. Mas antes de pensar no ano novo, vale uma retrospectiva do ano que passou, né? 2011 foi um ano muito bom, de muita experiência nova, de muito aprendizado. Segundo ano de faculdade (muito, muito intenso, por sinal, com risos e lágrimas), minha primeira experiência em estágio, minha primeira viagem de avião (pra Salvador, e sozinho), a vida de uma pessoa que amo ganha pra Jesus, um relacionamento que não deu certo (mas que me deu muitas lições), perda de ente querido da família, aproximação de amigos que se tornaram irmãos... Tudo passou, tudo marcou, tudo valeu a pena.
                As alegrias desse ano me relaxaram, as tristezas me fortaleceram, as experiências me enriqueceram, e agora... agora restou a esperança. Esperança do que há de vir, do que há de florescer, do que há de sorrir. Somente espero. Espero de braços abertos.


Daniel Cobian
26.12.2011

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Um texto em 30 minutos



30 minutos. É tudo o que eu tenho pra escrever um texto. Mas... falar sobre o que? Sobre minha facul? Sobre minha aula de Direito e Sociedade que eu esqueci que havia sido cancelada e, por esse motivo, apareci na faculdade a toa? Humm... Posso falar também da minha vida com Deus, de como tenho estado feliz em perceber que tenho tentado explorar um novo tipo de relacionamento com Ele enquanto ando nas ruas, no ônibus, enquanto passo minha roupa, tomo banho (tudo isso devido à minha falta de tempo). Bom, tem umas coisas acontecendo que não consigo entender bem e espero esclarecimentos do Pai, além de umas coisas que precisam ser resolvidas na minha vida ministerial... Ah, por que não falar da minha gratidão a Deus por todas as grandes obras que Ele tem feito em minha vida? Por que não agradecer simplesmente pela minha vida? Mas e se eu falar da Helena, que nesse momento está do meu lado conversando comigo no laboratório de informática da faculdade? Aaahhh, o tempo está passando... SOBRE O QUE EU FALAREI NESSE TEXTO?? Calma... Ainda tenho tempo... Ah, ja sei: acho que vou falar do meu amigo Kleber, de Natal, que acabou de puxar assunto comigo no Facebook. Não o vejo desde junho, quando estive em Salvador. Mas a Helena me contou uma piada tão sem graça que acabou com meu clima de falar do meu amigo... PRECISO DE INSPIRAÇÃO!! Ah, por que não falar da minha faculdade (afinal, estou nela neste momento), e sobre as muitas coisas que preciso estudar, ou sobre o meu professor de Contratos, que ninguém da turma gostou... Acho que preciso me dedicar mais aos estudos, o estágio tem tomado muito do meu tempo. (Pausa pra falar com o Kleber no face). Estou devaneiando. Ah, posso falar também desse novo verbo que eu acabei de criar... Que tal falar do meu amigo Hanier, assunto da minha conversa com Helena nesse momento? AAAhh, que indecisão... Que tal falar da Fazenda? Ah, mas sobre isso não dá... Não vejo essas coisas. Ah, quer saber, to sem inspiração... DESISTO! Ta na hora de ir pro estágio, e de noite eu volto pra faculdade pra aula de Processo Civil 1. Mas... espera aí... sem saber o que falar, não é que eu falei da minha vida?

Daniel Cobian

terça-feira, 31 de maio de 2011

O Palhaço

               
                Mais um espetáculo terminara e o palhaço a seguir para a coxia. Um grande sucesso! Todos os dias de sua vida eram fazer rir aqueles que o viam, adultos ou crianças. Piruetas, cambalhotas, pulos e luzes com fumaça ao som de muitas risadas e  aplausos! Mal sabe o seu público que suas lágrimas não são falsas.
                Em seu camarim o palhaço põe sua máscara, faz sua maquiagem, troca sua roupa e espalha sorrisos diante de todos! Em seu camarim o palhaço põe sua máscara e cobre seu rosto triste, faz sua maquiagem e esconde as marcas de seu passado, troca sua roupa e troca de vida, espalha sorrisos diante de todos e junta as lágrimas dentro de si... Por trás das cortinas, solitário, ele fita a bailarina que rodopia em torno de si, admira-a como se ela emitisse luz própria. A cada passo um suspiro, a cada pulo uma lágrima por aquela que dança a vida, que roubou seu coração, mas que não intenciona devolvê-lo.
                A cada dia o palhaço solitário respira fundo, engole em seco e sobe ao picadeiro para mostrar sua alegria, mas seus olhos são tristes. A flor que carrega em seu peito é pra disfarçar seu coração murcho. Pobre palhaço... Por mais que se esconda dentro de si, suas bolas de sabão refletem sua dor, mas só ele enxerga. Aplausos e bis! Ele conta uma piada. Aplausos e bis! Ele pula, cai e finge de morto. Aplausos e gritos! Seu show terminou. Suas costelas definham, sua pele repuxa, seu suor é frio. O pobre palhaço desce do picadeiro, entra em sua clausura, tira sua máscara... e chora.


Daniel Cobian

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Cartas de um alforje


Lá de longe vem o moço
Moço antigo de mensagem
Percorre as ruas todas suas
Só que sempre de passagem
Sempre vejo um desejo muito intenso
De receber aquilo que penso ser seu
Uma folha, simples folha riscada
De tinta, de tinteiro rabiscada
De sentimento derramado em fim
Então espero a poesia sendo assim
Chama o moço que la vem
Trazendo a carta de outrem
Traz pra mim, quem dera eu tenha sorte
Que seja sua a carta do alforje


Lucas Macedo

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Meu irmãozinho, mais uma vez mandando ver! Um verdadeiro poeta!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

No ritmo

               

             Tudo começou novamente... Em março, depois de três maravilhosos meses de maravilhosas férias, voltei pra faculdade. Realmente já havia me desacostumado com as minhas atividades normais. No início foi tranqüilo, as matérias ainda estavam andando em ritmo lento, curtindo o reencontro com a galera, etc e tal., o que agora já está bem diferente. Parece que todos os professores combinaram em atolar a turma de matérias, sem brincadeira... Meu tempo está cada vez mais escasso com o número de páginas que preciso ler por dia, pesquisas, procura por estágio... Acho que meu dia precisava de, pelo menos, 30 horas, mesmo sabendo que continuaria sendo insuficiente, porque eu certamente trataria de preencher todas as horas extras com mais atividades. Nessas horas é que eu mais me sinto grato a Deus por pertencer a Ele.
                Somos escravos do relógio, essa é a verdade, e dentro da minha profissão futura isso é muito notável. Juristas como um todo, mas creio que principalmente advogados, vivem para cumprir prazos, e ai de quem se descuidar deles... Assim não dá... Sei que Deus não me criou pra andar no compasso desse mundo, por mais que quase todos achem isso uma tolice. Mas tanta coisa acontece à minha volta, tanta gente desesperada por falta de tempo pra fazer tudo o que precisa, sempre achando que seus estudos são insuficientes, que isso tudo acaba me contagiando...
                Nossa, sinceramente, é muito difícil descansar nesse mundo. Daqui a alguns dias vou ter uma prova atrás da outra na faculdade, e ainda quero muito ir pro congresso do movimento cristão  universitário (Alfa e Ômega), que vai ser na Bahia, preciso começar a estagiar e, ANTES DE TUDO ISSO, viver com intensidade a minha vida com Deus. Olha, é tenso. Preciso descansar no amor do Pai, preciso ver o milagre dEle se realizando na minha vida. Não tenho certeza de qual é a vontade do Pai pra mim nesse momento, mas quero e preciso descansar.


Daniel Cobian


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Amor em quatro estações

No início era quente
Queimava como fogo
Dançava forte como labaredas
Evaporava como suor
De gotas ao vapor
Na bravura de tempestades e raios


Depois se acalmou
Viu algumas folhas caírem
Permitiu-se amenizar, tranquilizou-se
Tomou consciência de si
Mas viu tardes de um azul maravilhoso


Então a razão sobressaiu
Sentiu ventos gelados
Envaideceu-se, irou-se
Seu sol brilhou menos, aqueceu menos
Mas persistiu e não morreu

Já em sua última idade, tudo se renovou
Viu suas flores desabrocharem
Sentiu o calor natural
Regou seus jardins com paciência e alegria
Deitou na relva, sentiu a brisa, e dormiu


Daniel Cobian


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

TRILHA SONORA


Para além das sufocantes e tênues fronteiras, os pensamentos vão! Ora sinuosos, transbordantes, ora quebradiços, estilhaçados, com destinos certos, traçantes ou ainda indecisos, errantes.
Enredados, tão presos aos fios do tempo, esmeram-se deslizantes em partir assim, calados, companheiros do silêncio. Na inércia dos movimentos, gestos, vão!
 Desmedidos... Incessantes...
Em meio ao nada, num súbito, surgem sons, tons, melodias... Tal qual um farol a guiar as naus, um porto seguro a abrigar. Notas envolventes, inebriantes e que acalentam. Fazem brotar um novo fôlego, oxigenam a alma.
Aurora.
Trilha sonora que embala, aguça os sentidos, impulsiona as emoções.
E outros pensares produzidos são... Transfigurados, vão! Derivações de mim, ao compasso da música a soar. Lágrimas de quimera que jorram, sorrisos largos, de alegria, a brilhar. Idéias povoadas de estrelas, cintilam!
Os olhos fitos, aflitos a imagens-retrato capturar.
Na seqüência harmoniosa dos instrumentos, os pensamentos navegam pelas ruas da canção. Piratas destemidos, em incansável busca pelos tesouros perdidos. Tão bem guardados... Ou escondidos? Na verdade, escoltados, pelo coração guardião protegidos!
Metas, anseios, partituras em construção.
Sonhos velados que comigo ficam.
Esperanças pulsantes que contigo vão.

Marcella Cobian
Minha irmã.

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Este texto belíssimo é uma obra prima da minha irmã. Ela não escreve com muita frequencia, mas a frenquencia se faz desnecessária diante da qualidade de seus versos.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Nostalgia


“Tem lugares que me lembram minha vida, por onde andei...”

                Um dia desses aí acordei mais velho... É claro que, com 19 anos, não sou nenhum mestre das experiências, que sai por aí contando de sua vida e espalhando sabedoria. Pra dizer a verdade, nem sei o que sou exatamente, rapaz ou homem, adolescente ou adulto. Mas isso nem é lá muito importante.
                Às vezes me pego lembrando de muitas coisas que vivi, e nesses momentos os meus olhos se enchem d’água e minha voz embarga. Minhas melhores lembranças eu associo ao Colégio Nossa Senhora da Paz, onde estudei todos os anos da minha vida escolar. Foram tantas festas (junina, encerramento do ano, folclore, primavera, do livro...), festivais de poesias, painéis de dança, olimpaz... Quantas vezes eu fugi pro parquinho às escondidas pra relembrar meus 4 ou 5 anos... Foi difícil aceitar que cresci, que meu lugar não era mais ali.
                Lembro também do meu pai me acordando de manhã cedo, chamando pra ir à casa da minha avó em Araruama. Como eram gostosas as viagens de ônibus que  pareciam não ter fim... Lembro ainda que eu dormia na casa da minha tia nos natais, da Kombi escolar me deixando em casa todo dia, do pudim de leite que minha avó fazia (e ainda faz) pros churrascos da minha casa.
                Existem cenas da minha vida que gostaria que tivessem sido filmadas, só pra eu rir e chorar mais uma vez. Meus 19 anos me mostram um novo caminho a trilhar, e sei que muito do que eu vivo hoje eu vou lembrar com risos e lágrimas amanhã. E assim a vida continua.


Daniel Cobian
22/02/11

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Preposição


A música foi tocada e ninguém sabe
Ante os umbrais das janelas mais altas
Após ter te conhecido espero
Até que venha mais uma vez
Com trajes a rigor
Contra o tempo que todos falam
De fato não é tão simples assim
Desde então vivo cada minuto*
Em qualquer lugar onde esteja
Entre um sonho e outro
Para saber se é verdade então
Perante meus olhos estão as cores
Sem razão alguma
Sob as nuvens desenhadas
Sobre histórias encantadas
Que ficaram para trás


Lucas Macedo

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*Verso que, por falta de atenção minha, não estava incluído na primeira postagem.
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Este texto é do meu irmãozinho, Lucas, um poeta! Tive um trabalho pra conseguir autorização dele pra postar este texto, mas taí, rs! Leiam mais uma vez, atentamente, e apreciem!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Pôr do sol no Arpoador

            

            Não tem jeito, a gente não tem poder pra decidir nossa vida. A gente faz planos, “cronometra” nossa mente, cria itinerários, alimenta expectativas... E de repente tudo muda. Um dia desses, eu, irmã e algumas amigas marcamos de ir ao Rio, numa louca vontade de assistirmos ao pôr do sol na pedra do Arpoador. Nossa, como ficamos empolgados...
            Marcamos. O dia tão esperado chegou, e o calor era quase insuportável. Nos encontramos em frente ao Theatro Municipal do Rio, por volta do meio dia, e seguimos para nosso almoço. Uma comidinha gostosinha, um frango empanado meio frio, um leve cheiro de banheiro (???) e a seqüência: uma garfada, uma risada, uma garfada, uma risada...
            Começamos nossa expedição pelas ruas do Centro do Rio, e como uma das meninas precisava comprar um óculos e uma bolsa, seguimos em direção à Saara. Meu Deus, que loucura foi aquilo... Acho que não houve uma loja sequer que não adentramos para olhar qualquer coisinha que fosse. Não seria bem mais fácil se as mulheres fossem direto ao ponto e comprassem somente aquilo que precisam, como fazem os homens? Mas agora já não adiantava mais, eu já estava no meio daquela mulherada, e o negócio era seguí-las onde fossem. Depois de andarmos de uma ponta à outra da Saara, pegamos o metrô em direção a Ipanema. Mas no final da tarde o sol começou a ficar tímido demais...
            Muitas risadas no metrô e descemos na estação General Osório. O tempo estava muito fechado, e eu não acreditando que havia me despencado até Ipanema para ver um temporal caindo. Não deu outra. Caiu o primeiro pingo, mas seguimos em direção à praia assim mesmo... A chuva foi apertando, e parecíamos nadar contra a maré, uma vez que todas as pessoas saiam às pressas da orla, enquanto nós caminhávamos avidamente para o calçadão. Agora não tinha mais jeito, caiu uma tempestade absurda e nós tentamos nos abrigar em um quiosque... Inútil. Queria ser louco o suficiente naquele momento para me lançar naquela chuva e me molhar por inteiro, como uma turista loira de olhos claros fazia naquele momento, mas minha racionalidade não me permitiu. Ela apenas sorria, amando aquela situação, e eu a olhava quase que com inveja... A gente não sabia se chorava de raiva por toda aquela chuva ou se ria daquela situação tão inusitada e inesperada... Em poucos minutos que ali permanecemos, vimos nossos planos de assistir ao pôr do sol no Arpoador irem por água abaixo, literalmente. Tanta vontade, tanta alegria de ir pra lá... Ainda estou um pouco indignado de ter ido à Zona Sul só pra levar a chuva. Mas não estava certo... Minha ira foi tão grande naquele momento que todos os meus outros problemas voltaram à minha mente, e eu só conseguia ficar de cara emburrada. Por que eu não ri daquela situação? Teria sido muito melhor olhar o copo meio cheio... Fazer o que? O sol não queria meus aplausos naquele dia. Voltamos pra casa cansados, molhados e com o nosso crespúsculo escondido atrás das nuvens...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O peregrino da alvorada



Corajoso e destemido
O viajante segue em aventuras
Galgando milhas desconhecidas
Descobrindo sonhos ocultos
Ao rumo do horizonte
O andarilho dos mares vaga pelas ondas
Balançando em suas fantasias
No desbravar de longos dias
Desde cedo aprendeu a coragem
Agir com o coração
Sabe que nada é em vão
E desconhece o impossível
Em sua mente nobre
Nobres desejos nascem e renascem
A cada raiar de um novo dia
Novas chances de se aproximar
Exaltado não em sua força
Se fez peregrino da alvorada
Vivendo intensamente o perigo
Andando lado a lado a vitórias
Em cada luta travada
Pois sabe o que arde em seu peito
Sua fé não morre nunca
Sua paixão não cabe em si
Épico em seus pensamentos
E puro em seu agir
Aprendeu com a vida a seguir os seus sinais
Para desvendar os mistérios
Buscando tempos de paz
Viveu dias longos
No deserto de águas
Tempestades, tormentas e nevoeiros
Lançando-o em caminhos de morte
Tentações que o empurravam aos seus pesadelos
Mas aprendeu a guardar seu coração
Da alva vinha sua força
E seu brado era um rugido de leão
Sua saga continua
O orvalho é seu alimento
A cada nova viagem
A cada nova partida
Não sabe quando vai parar
Em lugares mágicos chegará
Lugares ao nível do mar

Daniel Cobian

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Domingo de Sol


_Filho, acorde! O dia ta lindo lá fora, vamos aproveitar!
_Mãe, são 8h da madrugada...
_Pelo amor de Deus garoto, sai um pouco dessa cama, você só sabe dormir! Minhas férias estão passando, quero sair um pouco de casa, aproveitar que seu pai não foi trabalhar hoje.
_Meu pai não foi trabalhar? O que deu nele?
_Ah, sei lá, acho que ficou de saco cheio ontem e quis descansar hoje. Ele saiu pra lavar o carro, mas já ta voltando.
_Tudo bem, mãe... Pra onde vamos?
_Não sei... O que você sugere?
_Nesse calor... Uma praia seria ótimo...
_Não dá, sua irmã não quer saber de sol forte e nem areia. Você sabe que ela não gosta de praia.
_Ah, ta. A gente pode levar uma barraca pra ela, e também jogar cimento na areia se ela quiser...
_Olha o respeito, garoto. Ela não quer e pronto.
_Ta bom, to brincando. Que tal a Quinta da Boa Vista? Nunca fui lá...
_Ah não... O que a gente vai fazer lá? Ta muito quente pra isso.
_Que saco, heim... Bom, então por que a gente não vai pra casa da prima do meu pai, em Maricá? Podemos passar o dia lá.
_E o que você acha que eles estão fazendo lá? Óbvio que foram à praia, não ia adiantar nada. Além do mais, a gente ia aparecer lá de cara grande, pra almoçar? Já fizemos isso no reveillon. Esquece.
_Po mãe... Então eu não sei. E nem adianta inventar de ir pra casa da minha avó. Entre ficar em casa com calor e ir pra lá e sentir mais calor ainda, prefiro ficar em casa. Sem contar que não quero ficar lá entre as confusões que eles sempre arranjam um com o outro. Nem pensar.
_Ai, que saco! Vocês são muito enjoados... Seu pai não larga esse trabalho dele, você e sua irmã saem todo dia... Como a gente vai conseguir sair? Pra fazer tudo a gente depende de vocês.
_Mãe, pelo amor de Deus, pára de exagerar, a gente não sai todo dia. E quando a gente sai, é porque nós estamos de férias e você e meu pai não planejam nada. Se não tem nada planejado em casa, a gente sai com nossos amigos. Mas não precisa ficar nervosa. Humm, que tal a gente almoçar em algum restaurante?
_Ah, que lindo... Um sol maravilhoso lá fora, e a gente sai, gasta dinheiro só com comida e volta pra casa? Por favor, né...
_AARRGH... E o MAC, em Niterói? Tem exposição lá. Que acha?
_Meu filho, qual parte do ESTÁ UM SOL LINDO LÁ FORA você não entendeu? Você quer desperdiçar ele com o ar condicionado de um museu? Em pleno domingo? A gente tem muitos dias pra ir lá, hoje não.
_Ah, mãe, na boa, cansei. Quer aproveitar o sol? Pega uma cadeira de praia, senta no quintal e tenta fazer fotossíntese!
_Ta vendo? É por isso que a gente nunca sai pra lugar nenhum, nada ta bom pra vocês, não querem pensar em nada, não dão sugestão nenhuma, só querem saber de ficar com a cara colada nesse computador até de madrugada e depois dormir o dia todo. Eu trabalho o ano todo feito uma condenada e não consigo aproveitar nem um dia das minhas férias... Ok, você venceu, eu vou, mais uma vez, pra cozinha fazer o almoço. E você, volta pra cama.
_Mas mãe....
_Agora quem não quer mais sair sou eu!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Provérbios 18: 24



Quando olho para o lado
Te vejo, sorrio
Meu coração tem um espaço
Que, sem você, é sombrio

Nos meus melhores momentos
Sinto tua alegria
Mesmo com tantos contratempos
Com você, ganhei o dia

Pode ser em casa ou na rua
Pode ser em qualquer lugar
Minha alegria é a tua
Quero sempre te festejar

Fortaleza é teu abraço
Com você sou mais seguro
O melhor, por ti, eu faço
Se preciso, até sou duro

Algumas vezes colidimos
Conflitos de opinião
Raras vezes discutimos
Entre nós sempre há perdão

Quando você está triste
Meu dia fica nublado
Dor igual não existe
Mas, acalme-se, to do teu lado

Pra você conto segredo
És sinônimo de confiança
Com você não tenho medo
Você me passa esperança

Amor como ouro puro
Forte como o diamante
Sem palavras, fico mudo
Para explicá-lo num instante

Nossas almas estão ligadas
Como Jônatas e Davi
Seguimos juntos nas caminhadas
Não te deixarei cair

Você sempre me faz sorrir
Sou muito mais feliz contigo
Obrigado só por existir
Meu querido e amado AMIGO!