segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Retrospectiva de vidas futuras



Nada acontece
Tudo está parado
Mas de súbito, de repente
Uma explosão!
Sinto algo pulsando dentro de mim
Moléculas de ar correm pelo meu corpo...
Mas... Está tudo escuro
Já é possível sentir o amor, a proteção
Pisquei meus pequenos olhos
Agora eu vejo o mundo
A areia da ampulheta já começou a escorrer
Estou rodeado de seres estranhos
Me observam, me tocam
Fazem caras desconhecidas
Às vezes até correm algumas lágrimas
Caio num sono profundo
Mas o que houve?
Cresci e não percebi!
Começo a dar meus primeiros passos para a  vida
Brinco, caio, choro, aprendo
Nasce um novo dia
Já é hora de tirar as rodinhas da bicicleta
Agora os sorrisos que me rodeavam
São substituídos por algumas broncas
Já sei juntar as sílabas
Somar o amor
Multiplicar os nãos
O mundo está mudando
Tudo parece tão pequeno agora
Fui contaminado com a maldade humana
Cessaram os carinhos de antigamente
Observo a vida em volta de mim
E só vejo interrogações,
Dúvidas
Quero contestar, gritar...
Festejo meus amigos
Sinto pela primeira vez o calor de um beijo!
Meu corpo está mudando
Meu rosto, agora, só sente lágrimas escorrendo,
Escorrendo como as areias da ampulheta
Já é meio-dia
Sou responsável por mim
Começo a colher meus frutos
Pago as taxas da vida
Se desprendem pedaços de mim
Torno-me um irônico espelho,
Agora eu ensino
Vejo minha obra se desenvolver
Repasso o amor, o sim, o não
Supero e ensino a superar as perdas,
E, a cada dia, aprendo ensinando...
O segundo tempo do jogo está acabando
Não existem acréscimos
Sei que fiz minha parte
Já estou pronto para a substituição.



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Essa poesia eu fiz quando tinha 15 anos, em 2007, enquanto assistia ao clipe de "Aquarela", de Toquinho. Me rendeu o primeiro lugar no festival de poesia da escola!

Um comentário:

  1. Cara...
    Nem eu na Faculdade tive algum dia uma inspiração assim...
    Parabéns pelo poema, Daniel!
    Brilhante!!!

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