Nada acontece
Tudo está parado
Mas de súbito, de repente
Uma explosão!
Sinto algo pulsando dentro de mim
Moléculas de ar correm pelo meu corpo...
Mas... Está tudo escuro
Já é possível sentir o amor, a proteção
Pisquei meus pequenos olhos
Agora eu vejo o mundo
A areia da ampulheta já começou a escorrer
Estou rodeado de seres estranhos
Me observam, me tocam
Fazem caras desconhecidas
Às vezes até correm algumas lágrimas
Caio num sono profundo
Mas o que houve?
Cresci e não percebi!
Começo a dar meus primeiros passos para a vida
Brinco, caio, choro, aprendo
Nasce um novo dia
Já é hora de tirar as rodinhas da bicicleta
Agora os sorrisos que me rodeavam
São substituídos por algumas broncas
Já sei juntar as sílabas
Somar o amor
Multiplicar os nãos
O mundo está mudando
Tudo parece tão pequeno agora
Fui contaminado com a maldade humana
Cessaram os carinhos de antigamente
Observo a vida em volta de mim
E só vejo interrogações,
Dúvidas
Quero contestar, gritar...
Festejo meus amigos
Sinto pela primeira vez o calor de um beijo!
Meu corpo está mudando
Meu rosto, agora, só sente lágrimas escorrendo,
Escorrendo como as areias da ampulheta
Já é meio-dia
Sou responsável por mim
Começo a colher meus frutos
Pago as taxas da vida
Se desprendem pedaços de mim
Torno-me um irônico espelho,
Agora eu ensino
Vejo minha obra se desenvolver
Repasso o amor, o sim, o não
Supero e ensino a superar as perdas,
E, a cada dia, aprendo ensinando...
O segundo tempo do jogo está acabando
Não existem acréscimos
Sei que fiz minha parte
Já estou pronto para a substituição.
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Essa poesia eu fiz quando tinha 15 anos, em 2007, enquanto assistia ao clipe de "Aquarela", de Toquinho. Me rendeu o primeiro lugar no festival de poesia da escola!
Cara...
ResponderExcluirNem eu na Faculdade tive algum dia uma inspiração assim...
Parabéns pelo poema, Daniel!
Brilhante!!!